sábado, 18 de agosto de 2012

van Persie entra para a lista de capitães que abandonaram o navio chamado Arsenal

van Persie formará uma dupla sensacional com Rooney (Dailymail)

Camisas queimadas, muita decepção e ódio. É assim que a torcida gunner reagiu a venda de van Persie para o Manchester United. Totalmente compreensível, já que o jogador fez juras de amor ao Arsenal e disse por diversas vezes que só jogaria pelos Gunners no país. A atitude do jogador não é novidade para o clube, que se acostumou com isso nos últimos anos.

Focado na formação de jogadores e numa política econômica auto-sustentável, controlando os gastos e faturando alto com seu estádio (algo normal na Europa), Wenger e os dirigentes do Arsenal formam um exemplo de gestão administrativa, onde o que importa mais é se re-inventar e estar sempre seguro financeiramente. Não a toa, Wenger e seu staff são uns dos maiores descobridores de jogadores no mundo, capazes de descobrir e lapidar jogadores como Fábregas, Nasri, Henry, Pirés, entre outros, incluindo o próprio van Persie, que na mão de Wenger se transformou de um ponta propenso a lesões a um dos melhores atacantes do mundo.

A 'falta de ambição' do Arsenal no aspecto de contratar super-estrelas leva os principais jogadores do time a se mudarem para times mais 'ambiciosos'. Como Nasri, Clichy, Kolo Touré e Adebayor, que foram para o Manchester City e Ashley Cole, que foi para o Chelsea. Todos os citados justificaram suas saídas pela já suposta 'falta de ambição' do Arsenal. Há casos como os de Henry e Patrick Vieira, pilares do inesquecível time que foi campeão invicto da Premier League em 2003/2004, que foram buscar voos mais altos em Barcelona e Juventus, respectivamente e que saíram com o status de lendas do clube - principalmente Henry. E há o caso de Fàbregas, que depois de tanto forçar sua volta ao Barcelona, conseguiu o que queria.

A única diferença do caso de van Persie para os de outros jogadores que saíram do clube, foi que Wenger já planejou sua saída antes. Apesar de ser quase impossível substituir van Persie, o treinador contratou o artilheiro da última Ligue 1 pelo Montpellier, Olivier Giroud. Além do francês, Wenger apostou em Podolski e trouxe também o craque Santi Cazorla, responsável direto pela classificação do Málaga para a Champions League na temporada passada.

Ser capitão de um time pode ter vários significados, mas para a torcida, o capitão sempre tem que ser um ídolo. No Arsenal, sempre foi assim, mas a única diferença é que esses capitães abandonam o navio. Henry foi para o Barcelona em 2007, mas, como já disse, saiu como uma lenda do clube, como o maior ídolo da torcida. Saiu com o sentimento de dever comprido e, mesmo assim, voltou para ajudar em janeiro de 2012, mesmo que por um período de empréstimo rápido. Fàbregas, foi para o mesmo Barcelona em 2011. E, agora, van Persie, que foi para o United. Já se notava uma falta de liderança. Mesmo que carregando o time nas costas, ambos não demonstranvam liderança nenhuma dentro de campo, o que gerava em falhas de jogadores mais jovens ou até queda de rendimento da equipe.

O que deveríamos discutir, não é se Wenger quer ou não transformar o time em galático, mas sim se os jogadores entendem a proposta do clube e do treinador. Imaginem se as 'estrelas' do time tivessem caráter suficiente para confiar na filosofia do treinador e ficassem no clube. O Arsenal hoje seria muito forte e seria candidato sério a tudo o que disputasse, mas Wenger terá, denovo, que se re-inventar.

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