terça-feira, 3 de julho de 2012

Balanço da Euro 2012


Craque: Andrea Pirlo. Com a mesma classe que levou a Juventus ao invicto título da Serie A, o regista bianconero conduziu uma abalada Itália ao vice-campeonato. Armando o jogo atrás dos volantes, como faz na Juventus com Vidal e Marchisio, Pirlo esbanjou habilidade nos lançamentos e visão de jogo, contribuindo para uma nova Itália, que valoriza a posse da bola e joga um futebol muito mais atraente que o famoso catenaccio. Foi responsável direto pela classificação a semi final, deslocando Joe Hart com uma cavadinha maravilhosa e desorientando os ingleses, que perderam as duas cobranças posteriores a de Pirlo. Menção honrosa: Iniesta. El albino vinha de uma temporada difícil, cheia de lesões e desconfianças, mas foi só a bola rolar na Polônia/Ucrânia para o craque desfilar sua habilidade e visão de jogo, contribuindo muito para o bi-campeonato da histórica Espanha.



RevelaçãoJordi Alba. Ex-meia, foi eleito o melhor lateral esquerdo da competição e foi um dos melhores jogadores da campeã Espanha no torneio. Seguro na cobertura dos wingers adversários, Alba demonstra muita habilidade e precisão nos cruzamentos. Não é considerado uma revelação, pois já demostrava o mesmo futebol no Valencia. Na temporada 2012/2013, o catalão foi comprado pelo Barcelona, onde foi formado e aparecerá muito mais ao mundo jogando ao lado dos principais craques do continente, com Xavi - que deu uma assistência fantástica para Alba fazer o segundo gol espanhol na final -, Iniesta e Messi e terá a missão de manter o nível altíssimo que demonstrou na Euro. Menção honrosa: Konoplyanka. O ótimo meia ucraniano é considerado muito promissor no Dnipro, onde é o principal jogador do time. Apareceu bem nos jogos contra a Suécia e Inglaterra, quando levou perigo nos chutes de fora da área. Destro, atua como meia esquerda, sempre leva muito perigo cortando para dentro. Deverá ser bastante assediado nessa janela.


Cristiano Ronaldo destruiu a defesa holandesa.
Decepção: Holanda e França. Ambas chegaram consideradas favoritas. Não é por menos, os Holandeses haviam passado por cima de todos nas eliminatórias e contavam com dois atacantes artilheiros de duas das principais ligas europeias - van Persie fez 30 gols na Premier League e Huntelaar 28 na Bundesliga. Já os bleus, chegaram à Euro com uma invencibilidade de 21 jogos e ainda aumentaram esse número para 23, com um empate diante da Inglaterra na estréia e uma tranquila vitória sobre a Ucrânia, por 2 a 0. Mas ambas as seleções esbarram, principalmente, nos altos egos do elenco. Na Holanda, Huntelaar e van der Vaart declararam publicamente que estavam insatisfeitos pela reserva e, no campo, pouco fizeram, vendo a seleção perder os três jogos da fase de grupos e voltar para casa mais cedo como a maior decepção do torneio. Decepcionante também foram as atuações de Robben e van Persie - que parece ter desaprendido a finalizar. Sneijder foi o único a se salvar, sempre criando ocasiões de gol para os companheiros. Na França, Nasri foi um dos principais personagens. Após fazer o gol de empate contra a Inglaterra, o meia mandou a imprensa do país se calar e, após a desclassificação diante da Espanha, xingou vários jornalistas. Mas antes do jogo contra a Espanha, já ocorrera um "desastre" na seleção Francesa ao perder por 2 a 0 para a eliminada Suécia e ter que encarar a Espanha nas quartas. Para piorar, as duas perderam os ótimos Bert van Marwijk (Holanda) e Laurent Blanc, que se demitiram após as decepcionantes campanhas. Menção honrosa 1: Rússia, que conseguiu cair para a Grécia mesmo após golear a República Tcheca por 4 a 1 na estréia e empatar com a boa seleção da Polônia. Menção honrosa 2: Joachim Löw, que poderia ter inventado menos no duelo contra a Itália. Colocou Kroos para marcar Pirlo e manteve o nulo Podolski no time, enquanto Reus e Götze assistiam tudo no banco.

Técnico: Cesare Prandelli. O treinador vinha de ótimo trabalho na Fiorentina e pegou uma Itália arrasada e com pouca esperança após uma horrível campanha na Copa de 2010 - caindo num grupo com Paraguai, Eslováquia e Nova Zelândia. Construiu uma equipe em torno de Pirlo, promoveu o domínio da posse de bola e marcação pressão na saída de bola adversária e colheu os resultados na campanha da Euro 2012. Mesmo após mais um escândalo de apostas abalar Serie A (e B, C1, C2, etc) e a seleção, Prandelli conseguiu manter os jogadores focados e confiantes. Apesar de chegar à Euro com algumas dúvidas defensivas e ofensivas, Prandelli se mostrou convicto desde o começo do torneio, apostando em um 3-5-2 com De Rossi de líbero na estréia contra a Espanha e um 4-3-1-2 no restante da competição. Agora é não deixar os 4 a 0 sofridos na final contra a Espanha abalar e continuar um ótimo e ainda promissor trabalho. A única coisa que deixa a desejar é a manutenção de jogadores, pois o país não consegue revelar muitos talentos, mas a equipe conta com ótimos valores para o futuro, como Balotelli, Destro, Borini, Verratti e o zagueiro Ogbonna. Menção honrosa: Paulo Bento, que formou uma ótima seleção e soube colocar cada jogador em sua devida posição, tirando o melhor de cada. O trio de volantes M. Veloso, Meireles e João Moutinho empolgou, junto com Pepe, de memoráveis atuações e o craque Cristiano Ronaldo, que conseguiu ter as mesmas atuações que tem no Real por Portugal. O goleiro Rui Patrício fez grande Euro e promete se entrometer entre os grandes do continente.

Personagem: Ele, senhoras e senhores, Mario Balotelli. Polêmico, jovem e, acima de tudo, craque. Balotelli fez ótima temporada pelo Manchester City, mas chegou à Euro com muita desconfiança e muito preconceito. Lutando contra o racismo, o atacante marcou três gols e foi um dos artilheiros do torneio. Dois dos três gols marcados por Balotelli no torneio foram contra a Alemanha. O primeiro de cabeça, após Cassano desmontar Hummels e Boateng, já o segundo, após lançamento primoroso de Montolivo, onde Balotelli chutou forte no ângulo de Neuer e, praticamente, decretou a ida dos italianos para a final. Não faltaram polêmicas e divertidas declarações, mas certamente a imagem que emocionou muita gente foi a de Balotelli abraçando sua mãe adotiva. Uma forte e bela imagem que mosta o que é a Itália hoje. Menção honrosa: Torcedores irlandeses, que deram um show a parte nas arquibancadas.

Shevchenko comemora gol da virada sobre a Suécia
Momento: Virada ucraniana sobre a Suécia com dois gols de Shevchenko. Ídolo, Shevchenko afirmou que só não se aposentou antes, porque queria jogar a Euro em seu país, por sue país. Deu muito certo: Com dois gols, o artilheiro lembrou seus tempos de Milan e Dinamo de Kiev (primeiras passagens, claro) e quase ajudou a Ucrânia a se classificar para as quartas. Menção honrosa: Neuer em momento Oliver Kahn nos últimos minutos da semi final contra a Itália. Desarmou, atacou, fez de tudo, mas viu uma das melhores gerações alemãs (senão a melhor) em todos os tempos sucumbir de novo.

Destaque tático: Espanha na final. Xavi de meia para conter Pirlo. David Silva e Iniesta alternando os lados e Fàbregas se movimentado com um verdadeiro falso '9'. Resultado: Xavi atrapalhou Pirlo e distribui duas assistências, tendo uma das melhores atuações individuais da Euro. Fàbregas abria a defesa italiana, que não acompanhou David Silva receber cruzamento do camisa 10 e abrir o marcador.
Setas mostram movimento do jogador. Em pontilhado: passe/cruzamento.

Meus 11 ideais da Euro 2012: Buffon (Hart); Glen Johnson (Selassie), Sérgio Ramos (Piqué), Pepe (Hummels), Jordi Alba (Lahm e Coentrão); Khedira (Gerrard), Xabi Alonso (João Moutinho), Pirlo; Iniesta, Cristiano Ronaldo; Balotelli (Balotelli). Téc: Prandelli
4-3-2-1. Dois laterais que sobem bastante mas defendem bem. Cristiano Ronaldo centralizando junto com Balotelli e Iniesta abrindo pelos dois lados. Khedira é o volante que sai mais para o jogo no meu time ideal da Euro.

*A histórica Espanha terá um post especial em breve.

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